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SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL, DESTACA DESAFIOS PARA O FINANCAMENTO DA PESQUISA EM SAÚDE

Nercio Machele

O Ministro de Saúde, Armindo Tiago, reconheceu que ainda persistem vários desafios para a realização da investigação em saúde.

A Fundação Manhiça (FM), entidade gestora do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), organizou a 17 de Julho, o seu III Simpósio em Saúde Global. O evento, decorreu na cidade de Maputo sob o lema: Fortalecendo a Capacidade de Realização de Ensaios Clínicos em África com o objectivo entre outros de reconhecer o papel dos ensaios clínicos como ferramentas indispensáveis para a geração de conhecimento e evidência necessária para a elaboração de políticas de Saúde Pública que visam a melhoria da saúde da população.


Na ocasião, o Ministro de Saúde, Armindo Tiago, reconheceu que ainda persistem vários desafios para a realização da investigação em saúde, dos quais destacam-se a insuficiência de recursos humanos qualificados e de infraestruturas, e o limitado financiamento dos governos locais à pesquisa para levar a cabo uma agenda local de pesquisa e translação dos resultados em políticas. Destacou também o facto de que “este Simpósio tem lugar num momento oportuno em que foi recentemente aprovada a Lei n.º 6/2023 sobre Investigação em Saúde Humana, que define os princípios e estabelece o regime jurídico de investigação em saúde humana na República de Moçambique. Portanto, neste evento, de forma aberta podemos debater as perspetivas futuras a nível nacional respeito a implementação de ensaios clínicos em conformidade com os novos aspectos regulatórios e éticos, no âmbito da nova Lei”.

O CISM mantêm-se como centro de investigação altamente especializado e de referência em doenças transmissíveis prevalentes em Moçambique

Ainda de acordo com o Ministro, o CISM junto com outras instituições nacionais e internacionais, tem contribuído para a melhoria de condições para a implementação de ensaios clínicos, a través do apoio a formação, criação de laboratórios de referência, desenvolvimento de capacidades focadas nas autoridades reguladoras nacionais, assim como na criação de parcerias. “E graças aos ensaios clínicos mais emblemáticos que o CISM implementou, como o caso da vacina contra o Haemophilus influenzae b (Hib), a introdução da vacina de pneumococos, a vacina contra o rotavírus, o Tratamento Intermitente Preventivo para os recém-nascidos e mulheres grávidas) e a vacina RTSS, contra a malária, foi capaz de formar ao longo dos seus 27 anos de existência 113 investigadores, dos quais, 62 PhD e 47 MSc, e manter a sua presença como centro de investigação altamente especializado e de referência em doenças transmissíveis prevalentes em Moçambique, com particular enfoque nas principais causas de morbilidade e mortalidade no país”.

Simpósio, é uma oportunidade excepcional para promover parcerias estratégicas

Por sua vez, o Presidente da Comissão Executiva da FM, Mouzinho Saíde, destacou que o Simpósio, é uma oportunidade excepcional para promover parcerias estratégicas tanto a nível nacional como internacional com diferentes actores que possam impulsionar as actividades científicas, de reforço de capacidades e de infraestruturas para a investigação clínica no país. “Mas também, com este simpósio, reconhecemos e destacamos aquelas que têm vindo a acompanhar o Centro no desenvolvimento das suas actividades, destacando a nível internacional a Cooperação Espanhola e a EDCTP (Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos)”, acrescentou.

Membros da sessão de Abertura do Simpósio (da esquerda a direita): Pedro Alonso, Mouzinho Saide, Armindo Tiago, Vicente Joaquim e Jan Paehler

A Sessão de Abertura do Simpósio, contou ainda com a participação do Secretário de Estado na Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, o Alto Funcionário de Políticas Globais de Saúde da Direcção Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, Jan Paehler, e do Professor de Saúde Global da Faculdade de Medicina e Clínica Hospitalar na Universidade de Barcelona, Pedro Alonso. Estes dois últimos, proferiram as notas introdutórias do evento, cujos temas foram, Parcerias entre as Instituições de Pesquisa e Académicas Africanas e Europeias e o Papel da União Europeia para o seu Fortalecimento, e o Papel dos Ensaios Clínicos no Fortalecimento dos Centros de Pesquisa em África: Perspectivas e Necessidades, respetivamente.

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