Os investigadores do projecto PYRAPREG, ensaio clínico multicêntrico de Eficácia e segurança do artesunato de pironaridina (Piramax) no tratamento da malária por plasmodium falciparum em mulheres grávidas africanas, reuniram-se no mês de Fevereiro, em Maputo para actualização do progresso das actividades do estudo. O projecto tem por objectivo principal determinar a eficácia, segurança e tolerabilidade do fármaco pironaridina-artesunato (PA) em comparação com a artemeter-lumefantrina (AL) ou a di-hidroartemisinina-piperaquina (DP) quando administrada a mulheres grávidas com infecção por plasmodium falciparum durante o 2º ou 3º trimestre de gravidez e envolve os seguintes países africanos, Gâmbia, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali e Moçambique como implementadores.
O estudo é patrocinado através de uma subvenção da Parceria Europeia e Países em Desenvolvimento para Ensaios Clínicos (EDCTP) e é coordenado em Moçambique, pelo Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM) sendo a Investigadora Principal do site e também coordenadora do pacote de Farmacovigilância a Dra. Esperança Sevene. Segundo Sevene, a farmacovigilância, no âmbito do PYRAPREG, tem como objectivos desenvolver ferramentas de monitorização da segurança e um fluxo para a monitorização da segurança dos medicamentos durante a execução do ensaio; implementar as ferramentas e monitorizar os resultados; formar a equipa do estudo e outros profissionais de saúde sobre a monitorização da segurança dos medicamentos durante a realização do ensaio, assim como estabelecer um fluxo de comunicação com os Fabricantes, Entidades Reguladoras e Comités de Ética para partilhar a informação de segurança.
O Governo Moçambicano esteve representado pela Dra. Kulssum Mussa, do Pograma Nacional de Controlo da Malária, em que nas suas considerações, referenciou que as mulheres grávidas possuem um maior risco de contrair malária, e o impacto da malária nestas mulheres está associado a complicações como anemia, parto pré-termo e baixo peso do recém-nascido podendo ocorrer a malária congénita; tendo enfatizado que há impacto para a saúde da mulher, assim como do recém-nascido.
“É evidente a necessidade contínua de pesquisa e inovação nesta área tão sensível para um futuro melhor de saúde global, e sabemos que vocês têm empreendido muito esforço na busca de soluções inovadoras e por isso estamos reunidos aqui por estes 2 dias e agradecemos a todos por esta dedicação, o vosso esforço terá impacto para malária na área de saúde materna infantil e que um dia possamos verificar que a malária na gravidez já não é problema. Esperamos que PYRAPREG seja uma luz no fundo do túnel para a disponibilidade de mais fármacos para malária nestas mulheres”, disse a representante do governo.
Os cinco países que fazem parte do consórcio PYRAPREG apresentaram durante o evento, o actual estado do projecto em cada site assim como os pacotes de trabalhos específicos para cada País e os resultados alcançados até então. Na componente clínica todos os países estão na fase de seguimento das visitas de 12 meses das crianças, actualização das bases de dados e vigilância dos eventos adversos.
Sónia Maculuve, coordenadora clínica do estudo no CISM, ao fazer actualização do estado do projecto em Moçambique, mencionou a baixa taxa de casos de malária nas mulheres grávidas em Manhiça e Xinavane e a necessidade de abertura de um novo site para o rastreio na província de Inhambane (Distrito da Massinga).
Inácio Machoco, Coordenador dos Departamento de Apoio a Pesquisa, que representava a Direcção do CISM, enalteceu o papel da equipa do estudo que tem trazido contribuições valiosas a favor das mulheres grávidas na luta contra malária, para além do poio em termos de equipamentos médicos a diferentes unidades sanitárias onde tem operado.
No evento, dois pesquisadores do CISM estudantes do mestrado apoiado pelo Projecto, Anifa Valá e Corssino Tchavana, apresentaram o ponto de situação das suas dissertações, com os temas “Prevalência da malária em mulheres grávidas no sul de Moçambique” e “Desenvolvimento de um modelo preditivo para identificar mulheres grávidas com elevado risco de infeção por malária”, respectivamente.
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