O projecto TESA (sigla inglesa - Trials of Excellence in Southern Africa), consórcio estabelecido em 2009, através do esforço colaborativo dos institutos de pesquisa da África Austral e Universidades envolvidas em Ensaios Clínicos, vai entrar para a fase de implementação (Fase III), sendo que a anterior (Fase II) decorreu entre 2017 e 2021, sob a Coordenação da Fundação Manhiça/Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (FM-CISM), onde o Dr. Eusébio Macete foi líder do consórcio. O TESA, desde a sua criação é financiado pela Associação EDCTP, com o principal objectivo de desenvolver, fortalecer e expandir as capacidades de pesquisa clínica na região sul de África, através da consolidação da Rede de Excelência do Sul de África (NoE) para a realização de ensaios clínicos com os mais altos padrões de pesquisa nas principais doenças relacionadas com a pobreza, Malária, Tuberculose e HIV/SIDA.
De acordo com o Eng. Rodrigues Matcheve, Gestor e Coordenador Técnico do consórcio TESA, “no presente ano, o projecto TESA entra no seu terceiro ciclo (TESA III), estando neste momento numa fase avançada em termos de preparação que deverá culminar com o processo de assinaturas de Acordos de Concessão (financiamento) e de Consórcio entre os parceiros. O gestor do projecto, avançou ainda que a data efectiva para o início do TESA III, será determinada em função do período da assinatura do último assinante. Nestes termos, a previsão do arranque do projecto é 1 de julho de 2021, isto porque o momento é marcado pela mudança na liderança do CISM, dada a recente nomeação do Dr. Francisco Saúte para o cargo de Director Geral do CISM em substituição do Dr. Macete, sendo que o novo Director se converteria no novo líder do Consórcio TESA. Porém, os parceiros da rede TESA têm a prorrogativa de dar a sua anuência em face da mudança do PI do consórcio. Neste contexto, foi agendada para o dia 25 de Maio, uma reunião extraordinária do Comité de Direção do TESA, para que em sede própria os Parceiros do TESA possam conhecer e deliberar sobre questões ligadas a esta mudança na liderança do Consórcio.
A rede TESA tem um historial comprovado nos programas de criação e desenvolvimentos de capacidades internas, promoção de actividades de pesquisa clínica, parcerias e colaboração entre os centros de excelências e universidades africanas e europeias, numa iniciativa promovida e financiada pela EDCTP ao longo de uma década. Por exemplo, na vigência do projecto TESA, fase II (2017-2021), o projeto estabeleceu três Laboratórios de Referência regional (RL) nas doenças específicas que foram identificadas na fase I: Laboratório de Tuberculose, baseados na Universidade de Stellenbosch (SUN)-África do Sul; Laboratório de HIV/SIDA, na Harvard AIDS Institute Partnership (BHP)-Botswana e, Laboratório de Malária, baseado no CISM-Moçambique. Actualmente, está em curso o processo de acreditação do Centro de Dados de Referência regional (DMC) no CISM.
Estes recursos, estabelecidos como activos regionais, servirão de base para a optimização dos recursos escassos dentro da rede, ao mesmo tempo que irão garantir o acesso às instituições menos desenvolvidas como por exemplo, os centros de Angola (CISA) e Namíbia (UNAN). Outrossim, os RL's têm sido usados como plataformas de treinamento, e locais de controle de qualidade e promoção de parcerias entre os membros da rede e demais partes interessadas ao nível nacional e internacional.
O consórcio, é composto por diferentes centros de pesquisas africanos e europeus que colaboram com diferentes níveis de desenvolvimento e especialização, mas com um cenário de Pesquisa Clínica complementar. Segundo explicou Rodrigues Matcheve, “o projecto também foi criado como um mecanismo para fomentar a colaboração em pesquisa, por meio de esforços de investimento em um caminho conjunto para o cenário de pesquisa clínica mais forte e sustentável, cuja orientação estratégica geral está norteada na criação de uma estrutura para colaboração, capacitação e treinamento entre os membros do consórcio e promoção do fortalecimento saudável e cuidados de saúde personalizados a nível da região sul de África.”
Actualmente, para além do CISM, único representante do país, fazem parte desde projecto as instituições de pesquisa do Botswana, Holanda, Zimbabwe, África do Sul, Espanha, Angola, Malawi, Namíbia, França, Eswatini e Uganda. Algumas organizações como, o Observatório de Dados de Doenças Infecciosas (IDDO), a Rede Global de Saúde (TGHN), a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a African Union-African Medicines Regulatory Harmonisation (AU-AMRH) também colaboram com a Rede TESA através de mecanismos de assinaturas de acodos.
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