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Foto do escritorWanderleia Iris Noa

PROJECTO STOP TERMINA E REALIZA ÚLTIMA REUNIÃO ANUAL


Após cinco anos de implementação, o projecto STOP (Stopping Transmission Of Intestinal Parasites) chega ao fim. A última reunião anual foi realizada em Maputo, nos dias 14 e 15 de Setembro, com o objectivo de discutir os resultados do projecto levado a cabo em Moçambique, Etiópia e Quênia. Financiado pela Parceria de Ensaios Clínicos da Europa e Países em Desenvolvimento (EDCTP), implementado em Moçambique pelo Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) sob a coordenação do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGloblal), o STOP visava encontrar um tratamento mais eficaz contra todas as espécies de vermes intestinais, também chamados helmintos transmitidos pelo solo (STH).


No âmbito deste projecto, o CISM através da área de Doenças Bacterianas, Virais e Outras Tropicais Negligenciadas, implementou o ensaio clínico ALIVE, que em três fazes avaliou a eficácia e a segurança de uma Combinação em Dose Fixa (FDC) de ALBendazole-IVermectina (ALB-IVM) no tratamento de parasitas intestinais (geohelmintos/helmintos transmitidos pelo solo). O mesmo ensaio foi realizado no Posto Administrativo de Maluana, concretamente nas Escolas Primárias Completas de Pateque, Taninga, Maluna e Secundária Filipe Jacinto Nyusi, no Distrito da Manhiça.

O projecto envolveu mais de 4.300 crianças nos três países

A população do estudo incluiu indivíduos em idade escolar (dos 5 aos 18 anos) com pelo menos 15 kg e que tenham infecção por pelo menos uma das espécies de helmintos transmitidos pelo solo. No geral, o projecto envolveu mais de 4.300 crianças nos três países, das quais 994 foram selecionadas aleatoricamente e medicadas, das quais são moçambicanas. O projecto envolveu mais de 4.300 crianças nos três países, das quais 994 foram aleatorizadas e medicadas, das quais, cerca de 16% das crianças medicadas são moçambicanas.


Os resultados do projecto apontam que a FDC de ALB-IVM tem um perfil de segurança excelente, tendo sido administrado em crianças apartir dos 15 kg sem eventos adversos graves e todos eventos adversos observados sido ligeiros e dentro do esperado, portanto foi demonstrada a eficácia desta Combinação em Dose Fixa.


No evento, foi discutido também o uso das ferramentas moleculares para avaliar os desfechos dos ensaios clínicos (qPCR) e investigar as resistências aos anti-helmínticos (sequenciação do genoma dos parasitas). Augusto Messa, Co-Investigador do ensaio clínico ALIVE em Moçambique, defende que o maior desafio do projecto foi conseguir lidar com as exigências de agências regulatórias e comités de ética nos países envolvidos (Moçambique, Quénia e Etiópia), que levou a mudança continua do protocolo do estudo, para as acomodar orientações da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). E tudo isso, de acordo com Messa, decorreu dentro dos cinco anos de implementação do projecto, e com o advento da pandemia da COVID-19 registrou-se atrasos no início do ALIVE, pois, as aulas estavam suspensas em quase todo mundo, havia limitação para movimentação dos membros do consórcio para treinamentos, intercâmbios, etc.

O projecto foi um sucesso

“Apesar de todos os constrangimentos mencionados, o projecto foi um sucesso, com quase todas as metas alcançadas. Foi graças aos participantes de Manhiça que o número total de participantes previstos em todos os sites para a espécie Trichuris trichiura (parasita que habita no intestino grosso dos humanos) foi alcançado”, referiu um dos investigadores do estudo.


Prevê-se que se usem os dados do STOP para a elaboração de um manuscrito principal, com todos os outros dados secundários disponíveis para sejam publicados em revistas com revisão por pares e com alto factor de impacto. Os achados do STOP deverão também ser inclusos num dossier a ser submetido à Agência Europeia de Medicamentos para que a FDC seja registada e se possa autorizar o seu uso no tratamento de parasitas intestinais. Assim, haverá também actividade de disseminação destes resultados e a advocacia junto dos tomadores de decisão nacionais (Ministérios da Saúde, da Educação, etc.) e parceiros de implementação para promover a adopção da FDC pelos países onde o estudo teve lugar.

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