Chama-se Olga da Gama Cambaco, de 30 anos de idade, licenciada em Sociologia, mestre em Saúde Pública e Investigadora do Júnior no CISM, na Área de Estudos de População. Está actualmente a fazer o seu doutoramento epidemiologia em Saúde Publica, na Swiss Tropical and Public Health Institute, Suiça. Para Olga, para além das oportunidades de crescimento profissional que o Centro dispõe, o Centro é igualmente uma boa plataforma para quem tem interesse em formar-se a nível acadêmico.
Segundo ela, “a primeira impressão que tive no Centro e gostei, foi o facto de ver uma equipa jovem envolvida em diversos estudos e actividades, mas acima de tudo, vi muita oportunidade de aprender, porque o que estava a procura era poder estar num sitio em que poderia seguir com a pesquisa e tivesse ao mesmo tempo oportunidade de prosseguir com os meus estudos. Tendo essa oportunidade de poder conjugar estes 2 objectivos acreditei que seria o local ideal e que havia muita coisa por explorar”.
Chegou ao CISM como estagiária, mas depois foi crescendo, porém, como ela revela, no decurso deste processo foi enfrentando alguns desafios de iniciante, mas, foi crucial a mentoria e supervisão de suas colegas, nomedamente a Dra. Khátia Munguambe e a Dra. Esperança Sevene, que “ajudaram-me bastante a poder perceber o circuito, porque para além do projecto, temos que conhecer questões administrativas tais como, coordenar as equipes, fazer relatórios, disseminar resultados no prazo estipulado, etc”.
Numa conversa com a equipa de comunicação do CISM, e questionada sobre como ela define-se, não hesitou em dizer que “considero-me uma pessoa social, curiosa e determinada, e acredito que essas características são fundamentais para quem quer realizar a pesquisa. Também sou mãe, filha, parceira, amiga etc., muitas versões de uma mesma pessoa que tento conciliar todas numa só. Sou uma pessoa que está sempre disposta a aprender e a fazer, mesmo sem saber busco dar o melhor de mim naquilo que me comprometo”.
Segundo ela, o CISM possui um ambiente muito bom para quem sabe o que quer fazer. Portanto, é preciso que cada um entregue-se e tenha vontade de fazer melhor o seu trabalho, explorar os seus limites e as expectativas. “por exemplo, nesses 6 anos, estive envolvida em vários projectos e aprendi muito através do contacto com os trabalhadores de campo, comunidade, colegas da instituição, o que permitiu-me melhorar a minha prestação em termos de trabalho” acrescentou.
Olga, é natural da província de Cabo-Delgado, mais concretamente na cidade de Pemba, veio a Maputo junto com a sua família, para que ela e os seus irmãos, pudessem dar continuidade aos estudos, e revela que a sua inserção no meio social em que ela estava não foi ao todo fácil, devido a mudança cultural. Em 2014, terminou a sua licenciatura em Sociologia na Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e na mesma Universidade, fez o seu mestrado em Saúde Pública.
Mas Olga, sonha ainda em retornar a sua terra natal (Cabo-Delgado), pois segundo ela, “tenho interesse em conduzir pesquisa onde nasci, e já havia planificado para no âmbito da minha formação de conduzir no próximo ano esta pesquisa e poder contribuir com mais evidências em relação a alguns dos principais problemas de saúde, porém, devido aos conflitos na minha província, vi uma oportunidade a ser perdida”.
Comentarios