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Foto do escritorWanderleia Iris Noa

ANALISADOS MÉTODOS PARA EXPANDIR AMOSTRAGEM DE VECTORES DE MALÁRIA

Atualizado: 12 de jun.


Membros do consórcio INFRARED, composto por Moçambique (Centro de Investigação em Saúde de Manhiça - CISM), Tanzânia (Instituto de Saúde de Ifakara), Austrália (Consórcio NIRSID na Austrália), Burquina Fasso (Instituto de Investigação em Ciências da Saúde da Direção Regional de L'ouest- IRSS), estiveram reunidos em Maputo, de 15 a 19 de Abril para avaliação do progresso de implementação das actividades e divulgação dos resultados de análise de dados de entomologia nos países parceiros do estudo que pretendem revolucionar a vigilância dos mosquitos, oferecendo uma ferramenta valiosa para os esforços de controlo da malária e contribuindo para a melhoria das metodologias de investigação entomológica.


INFRARED - Espectroscopia de Infravermelhos médios para Caracterização de Mosquitos - é um projecto de vigilância profunda que visa o avanço e a optimização das técnicas de infravermelhos (IR) e de inteligência artificial (IA) para a avaliação rápida de indicadores entomológicos fundamentais, como a idade, as infecções por esporozoítos e o estado de resistência em mosquitos recolhidos no campo. A incorporação de técnicas de IR não só promete uma avaliação rápida, como também apresenta uma alternativa rentável aos métodos actuais.  O objectivo é desenvolver e criar um sistema de fácil utilização e acessível aos investigadores e aos Programas Nacionais de Controlo da Malária dos países do consórcio. Este sistema inovador permite que os utilizadores recolham e introduzam facilmente dados de espectros de infravermelhos, possibilitando a vigilância remota e em tempo real da idade dos mosquitos e a identificação das espécies.


O workshop que reuniu de forma híbrida os principais actores do consórcio, analisou vários métodos para garantir a validação efectiva da técnica de espetroscopia de infravermelhos para a vigilância da malária. Isto incluiu, entre outros, o alargamento das técnicas de amostragem e da concepção dos estudos através da espectroscopia de infravermelho.


“As novas técnicas são rápidas, económicas e fáceis de utilizar, uma vez que geralmente não necessitam de reagentes para processar as amostras. Além disso, o infravermelho próximo e médio utiliza mosquitos vivos ou mortos durante o scan para a estimativa da idade. Podem ser analisadas milhares de amostras de mosquitos por dia, para avaliar simultaneamente a idade e a infecciosidade e, possivelmente, também outras características”, disse Mercy Opiyo, investigadora principal do Estudo em Moçambique.


Segundo a Mercy, este é um grande passo para expandir e desenvolver a capacidade entomológica em várias especialidades no CISM, ao mesmo tempo que alargamos as nossas redes de colaboração em toda a região africana. Como parte deste consórcio, o CISM tem o papel de contribuir para a validação e otimização da aplicação da espetroscopia de infravermelhos (infravermelhos médios) para a classificação etária dos mosquitos da malária e para o desenvolvimento de capacidades nesta técnica. Para o efeito, os mosquitos vectores da malária são recolhidos no distrito da Manhiça com recurso a várias armadilhas e, em laboratório, a idade dos mosquitos é estimada por microscopia e as amostras são analisadas por espetroscopia de infravermelhos para classificação etária, a fim de validar a técnica.


Com isso, a Investigadora Principal enfatiza que “pretende-se revolucionar a vigilância dos mosquitos, oferecendo uma ferramenta valiosa para os esforços de controlo da malária e contribuindo para a melhoria das metodologias de investigação entomológica”. A fonte aponta ainda que o desafio do CISM neste momento é a limitação nas capacidades de análise de dados, por isso, a área de entomologia prevê formações para melhorar estes aspectos. Pretende-se também utilizar esta técnica nos próximos estudos entomológicos, para aavaliação do estado de resistência e infecção dos vectores de malária por esporozoítos. E expandir a aplicação desta técnica para diversas áreas de saber.


Os participantes do workshop tiveram ainda a oportunidade de visitar o site da Manhiça, para conhecer os experimentos realizados pelo CISM nas cabanas experimentais e conhecer as comunidades onde Centro realizada a vigilância entomológica.

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