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Nercio Machele

HISTÓRIAS DE SUCESSO DO PROGRAMA CHAMPS

Atualizado: 12 de jul. de 2021


Uma reportagem veiculada no dia 4 de Abril pela Televisão Miramar, no âmbito do programa Contacto Directo, revelou que a implementação do Programa CHAMPS nos distritos de Quelimane (província da Zambézia) e da Manhiça (província de Maputo), contribui para o esclarecimento de causas de morte em menores de cinco anos na comunidade, que tem vários impactos de entre eles o aumento da probabilidade de sobrevivência de futuros bebés e a redução da probabilidade de ocorrência de conflitos entre familiares.


Na sequência, é contada a história da Avó Danefa Rafael, de mais de cinquenta anos de idade, e que por muito tempo, viveu com a sua filha de 32 anos e neta menor de 18 anos de idade. Porém, tudo veio a mudar quando a neta, perdeu um bebé recém-nascido ainda na maternidade, tendo a avó Danefa sido suspeita pela neta e filha, de ser a protagonista da morte precoce dos seus bisnetos, pois aquele era o segundo recém-nascido a nascer sem vida.


Devido a esta suspeita, os laços familiares começaram a ser turbulentos, pois conforme explicou a idosa, a filha e a neta saíram de casa e foram viver num local distante da casa da avó e quase que todos os dias, ela convivia com o peso de “ter morto os bisnetos”, e que consequentemente deixou de ter apoio da filha e da neta para a sua sobrevivência. No entanto, resultados das amostras colhidas ao primeiro recém-nascido, e que já foram partilhados com a família, revelaram como causa da morte a asfixia perinatal e que portanto, não deveriam haver razões para que a bisavó continuasse a ser culpada pela perda dos seus bisnetos.


Histórias como esta são frequentes em todo o distrito de Quelimane, defendeu Manuel Boronge, régulo de segundo escalão do bairro Incídua. Segundo ele, isso pode resultar da “falta de conhecimento por parte da comunidade, sobre as reais causas que têm estado a tirar a vida de menores de cinco anos de idade, pior quando uma mulher gestante volta para casa sem o seu bebé”. Este pensamento é confirmado por um chefe da Localidade de Marongane que, segundo ele, “nas nossas comunidades a morte deve sempre ter uma explicação e, na ausência desta, os médicos, a família e os vizinhos são muitas das vezes culpabilizados”.


No distrito da Manhiça, é contada a história de três mães que perderam os seus filhos em situações completamente diferentes. De entre elas, a senhora Amélia, residente em Palmeiras, conta que quando descobriu que estava grávida, fez todas as consultas, mas no entanto, um dia, sentiu umas fortes dores e quando foi fazer necessidades menores, percebeu que estava a sangrar. De imediato foi acompanhada ao Centro de Saúde de Maciane, e de seguida, estando inconsciente, foi transferida para o Hospital Distrital da Manhiça (HDM). Já no HDM, recuperou a consciência, percebeu que já havia perdido o seu bebé. Esta perda, levantou-lhe varias questões, procurando entender o que terá feito para perder o seu filho, mas todas essas questões só foram respondidas quando os resultados recolhidos no âmbito do projecto CHAMPS foram com ela partilhados. Segundo ela explica: “o bebé chupou muito sangue e isto levou a perda de vida da criança”.


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