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Nercio Machele

GENMOZ: UMA OPORTUNIDADE PARA O SEQUENCIAMENTO GENÓMICO DA MALÁRIA


O GENMOZ (Estudo prospectivo de vigilância para detectar resistência aos medicamentos antimaláricos, supressões genéticas de relevância diagnóstica e diversidade genética do Plasmodium falciparum em Moçambique) um projecto implementado pelo CISM, em colaboração com o Programa Nacional do Controlo da Malária (PNCM), a Malaria Consortium e o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), e co-financiado pela Bill and Melinda Gates Foundation (BMGF) e o Institute for Disease Modeling (IDM), está a construir capacidades genómicas da malária em Moçambique, a fim de aumentar a inteligência acionável para a tomada de decisões programáticas sobre a combinação ideal de medidas de controlo e eliminação da doença no país.

...a vigilância genómica é uma ferramenta importante que pode guiar estratégias em saúde pública

“Pesquisas em vigilância genómica no âmbito da luta contra a pandemia da COVID-19, demonstraram que esta é uma ferramenta importante que pode guiar estratégias em saúde pública, com vista a erradicar várias doenças, portanto, através do estudo do ADN e ARN desses patógenos. Porém, apesar de comprovada a eficácia desta ferramenta, poucos países têm capacidade instalada para o sequenciamento genotípico. O nosso país, Moçambique, não possuía esta capacidade, e com o propósito de introduzir no país o uso dessa ferramenta, foi concebido o projecto GENMOZ”, explicou Alfredo Mayor, principal investigador do projecto em Moçambique.

GENMOZ focaliza na resistência aos antimaláricos, no diagnóstico, na importação dos parasitas da malária de uma região para a outra

De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2022, Moçambique registou em 2021, cerca de 4,3% dos casos globais da malária e cerca de 3,8% de mortes pela doença, tornando-se no quarto país com maior contribuição no peso global da malária. “E o facto de ainda não conseguirmos controlar a doença seja por vacinas e outros métodos como o controlo de vectores e a Administração de Medicamentos, entre outras alternativas, guiou os investigadores do projecto GENMOZ a propor a implementação do mesmo em Moçambique, com base nas recomendações da OMS. O projecto focaliza na resistência aos antimaláricos, no diagnóstico, na importação dos parasitas da malária de uma região para a outra, na diversidade da genética do parasita da malária (para poder entender a estratificação da transmissão da malária) e no uso de população de fácil acesso (mulheres grávidas nas primeiras consultas) como grupo de comparação” comenta Clemente da Silva, um dos investigadores do GENMOZ.


“Para implementação do projecto dentro do período, tivemos de realizar a aquisição de equipamentos, de facto, um dos primeiros no país destinado a sequenciamento genético (MiSeq), mas também, tivemos que realizar a formação de recursos humanos em bioinformática e biologia molecular de modo que a nossa equipa pudesse responder às necessidades do projecto”, comenta Kiba Jamila Comiche, Gestora do Projecto GENMOZ.

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