O estudo EARTH (sigla inglesa que significa: Early Anti-Retroviral Treatment in HIV) cujo principal objectivo é monitorar a partir do nascimento, o nível total do Ácido Desoxirribonucleico com Vírus da Imunodeficiência Humana (DNA-HIV) e as características virológicas e imunológicas de crianças tratadas precocemente com antirretrovirais (com idade ≤3 meses), a fim de identificar os participantes com excelente controle virológico e imunológico aos 2 anos de vida, terminou o processo de recrutamento a 1 de Maio, estando agora a iniciar a fase de seguimento.
Segundo informa Tacilta Nhampossa, uma das Principais Investigadoras (PI) do projecto em Moçambique e Responsável da Área de HIV no CISM, “durante os dois anos de recrutamento, foram recrutadas 46 crianças. Portanto, segue-se agora a fase de seguimento, que anteriormente havia sido definido que seria em dois anos, porém, foi recentemente prorrogado para quatro anos”.
Ainda segundo a PI do Projecto, “hipótese deste estudo, é que monitorando o DNA-HIV desde o nascimento de uma criança durante os quatro primeiros anos de idade, podemos identificar e caracterizar uma proporção de crianças que se forem tratadas precocemente terão um excelente controlo do HIV aos quatro anos de idade em termos de características clínicas, virológicas e imunológicas, isto porque, sabe-se que o início precoce do tratamento antirretroviral (TARV) nas crianças está correlacionado com um reservatório baixo (DNA-HIV total) e bons resultados imunológicos. E neste momento, as 46 crianças participantes do estudo estão mais propensas a se beneficiar de futuras novas intervenções terapêuticas”.
O estudo multicêntrico é implementado pelo CISM (distrito de Manhiça) e pela Fundação Ariel Glaser contra o SIDA Pediátrico (Centros de Saúde da Matola 1, Ndlavela, Boane e Matola Gare). Mas também, conta com a participação de quatro Instituições da África do Sul (Tygerberg Children's Hospital - Cape Town; Perinatal HIV Research Unit -Soweto; Empilweni Service and Research Unit (ESRU)-Johannesburg e a Africa Health Reserch Institute-KwaZulu Natal). Para além da Dra. Tacilta, as Dra´s. Elisa Lopez-Varela (ISGlobal), Paula Vaz e Maria Grazia Lain (Fundação Ariel) são igualmente PI´s para o país, sendo que a nível internacional a Dra. Carlo Giaquinto do PENTA é a Principal Investigadora.
No final dos 4 anos de seguimento do estudo que iniciou em Junho de 2018 e que conta com o financiamento da farmacêutica ViiV Healthcare Limited, espera-se criar uma colaboração entre as organizações de pesquisa de HIV de Norte-Sul e estabelecer uma colaboração que permita desenvolver grandes ensaios clínicos em crianças HIV-positivas.
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