A capacitação ministrada pela Strathmore Business School (SBS) da Universidade de Strathmore, em Nairobi, Quénia, visava formar investigadores africanos no domínio da saúde no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Formação em Gestão do Consórcio SINDOFO (Ensaio clínico multicêntrico de fase II de um regime curto dos antimaláricos - Ferroquina + MMV253 - para o tratamento da malária), onde estiveram reunidos investigadores da área da saúde de Quénia, Burkina Faso, Gabão, Moçambique e Uganda bem como da Alemanha, entre 23 e 27 de Outubro, para serem dotados de ferramentas no domínio da saúde no âmbito do SINDOFO.
SINDOFO é um consórcio que tem como objectivo desenvolver uma nova combinação de medicamentos antimaláricos, não baseados em terapia combinada à base de artemisinina, com um regime reduzido, idealmente de dose única para reduzir a morbilidade e a mortalidade causadas pela malária, especialmente entre o grupo mais vulnerável - crianças com menos de 5 anos em África, que representaram dois terços das mortes relacionadas com a malária em 2019. O foco principal do consórcio é um ensaio clínico multicêntrico de fase II em quatro locais africanos: Centro de Investigação Médica de Lambaréné (CERMEL) no Gabão, Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM) em Moçambique, Unidade de Ensaios Clínicos da Universidade de Strathmore (Ahero) no Quénia e Unidade de Investigação Clínica de Nanoro (CNRST-IRSS) no Burkina Faso. O desenvolvimento de capacidades, incluindo a melhoria das infraestruturas e a formação de pessoal em áreas como Boas Práticas Clínicas, Escrita Científica, Gestão da Investigação, Gestão da Qualidade e Liderança, é parte integrante da iniciativa.
De acordo com Campos Mucasse, assistente de projectos do CISM, entre vários temas desenvolvidos relativamente a pesquisa destacou-se a necessidade de ter cautela, foco, interesse, optimismo e universalidade de questões éticas em pesquisas, pois haverá variações baseadas em aspectos económicos, políticos, culturais e religiosos entre diferentes nações. Portanto, “há que melhorar a comunicação na equipa de gestão do projecto do CISM a vários níveis e trazer debates reflexivos sobre aspectos éticos para o nosso Comité Institucional de Bioética para Saúde (CIBS) e do país”, disse Mucasse.
Vasco Sambo, Coordenador Científico do CISM, que também participou das sessões de capacitação em Nairobi, ressalvou sobre as lições de utilização de estratégias para a divulgação da instituição como uma marca (visão e missão) e que se deve pensar estrategicamente, abrindo espaço para reajustar os planos de acordo com as necessidades correntes (ex. em Pandemias). “Vimos também que temos que pensar nos desafios sob ponto de vista comunitário da implementação das pesquisas, formas de determinação da prioridade para preparação e implementação de pesquisa e o uso da comunicação como uma ferramenta para o alcance dos objectivos, ou seja olharmos para a comunicação como um processo e não actividade”, acrescentou Vasco. Para o Coordenador Científico, os temas como orçamentação baseada em actividades, o processo de investigação e a gestão de estudos científicos, liderança, comunicação e estratégias de negociação em vários níveis foram os temas mais discutidos no evento.
Os participantes visados para estes programas de desenvolvimento de capacidades incluíam estudantes de doutoramento, pós-doutorados, gestores de qualidade, coordenadores de estudo, pessoal de estudo, investigadores principais, monitores internos e chefes de laboratório. Do CISM participaram do treinamento Abel Nhama, Pesquisador, Campos Mucasse, Assistente de Projecto, Jessica Dalsuco, Médica Investigadora e Vasco Sambo, Coordenador Científico.
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