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Nercio Machele

CISM RECEBE VISITA DA PFIZER

Atualizado: 28 de jun. de 2021


Patricia Rutherfoord na visita ao laboratório

O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), recebeu na última segunda-feira (15/03), Patricia Rutherfoord, gestora de operações clinicas da ICON plc, uma empresa contratada pela farmacêutica Pfizer para a avaliação das capacidades do Centro com vista a implementação de um estudo sobre a eficácia da vacina desta farmacêutica em mulheres grávidas (a partir de 18 anos), em Moçambique.

Patrícia Rutherfoord foi recebida pelo director do Centro, Dr. Eusébio Macete, pelo Diretor Científico, Dr. Francisco Saúte e uma equipa multissectorial que incluiu investigadores, técnicos de laboratório e assistentes de projecto. Na reunião inicial, a visitante apresentou a intenção da Pfizer em trabalhar junto com o CISM, e em coordenação com o ISGlobal na implementação do estudo acima mencionado. Na ocasião, a direcção do Centro demonstrou abertura para implementar este estudo e recomendou a visitante a conhecer o Hospital Distrital da Manhiça, onde poderia vir a decorrer a actividade clínica e o laboratório do Centro, de forma a apurar as capacidades que a instituição dispõe.

Ainda no encontro com a direcção, Patrícia Rutherfoord apresentou o protocolo de estudo. De seguida, acompanhada pela Dra. Tacilta Nhampossa visitou como recomendado, a maternidade do Hospital Distrital da Manhiça. Seguiu-se depois um conjunto de reuniões técnicas com os investigadores do Centro, onde foram apresentados os procedimentos do estudo, levantados as necessidades em termos de equipamentos e do conhecimento das Boas práticas clinicas exigidas para a implementação do estudo.

Segundo a visitante, este estudo terá como grupo alvo mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, sendo que o CISM entraria na terceira fase do mesmo, onde espera-se que sejam recrutadas cerca de 3650 mulheres grávidas entre 24 a 34 semanas de gestação.

De lembrar que um artigo anteriormente publicado por Azucena Bardají, Esperança Sevene, Clare Cutland, Clara Menéndez, Saad B Omer, Teresa Aguado e Flor M. Muñoz, alertava que as mulheres grávidas não eram reconhecidas como um grupo prioritário para a vacinação contra a COVID-19, apesar do risco de complicações e resultados perinatais insatisfatórios. No mesmo artigo, as investigadoras, defendem a existência de evidências que confirmam que, a COVID-19 ameaça a saúde materna e perinatal, isto porque, as mulheres grávidas, especialmente na segunda metade da gravidez, têm maior risco de complicações, por doenças tais como a pneumonia grave, que resultam em hospitalizações, admissão em unidade de terapia intensiva, ventilação mecânica invasiva ou morte, quando comparadas a mulheres não grávidas de mesma idade. Segundo estas investigadoras, as evidências existentes também sugerem que mulheres grávidas com COVID-19 correm maior risco de ter um parto prematuro e que seus neonatos têm três vezes mais probabilidade de serem hospitalizados do que aqueles nascidos de mães sem COVID-19.


Portanto, esta iniciativa da Pfizer que para além do CISM irá envolver centros de outros países, dos quais Moçambique e a Africa do Sul, são os únicos escolhidos no continente.

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