Comemorado anualmente desde 2006, o dia 8 de Setembro procura prestar homenagem a todos aqueles homens e mulheres que decidem trabalhar para os menos afortunados do mundo, ao mesmo tempo que visa conseguir melhores condições de trabalho, maior segurança no emprego e um regime especial de segurança social para estas pessoas que trabalham em áreas de risco extremo, e longe do seu país de origem. A data foi escolhida pelo governo espanhol, em conjunto com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), devido à assinatura da Declaração do Milénio das Nações Unidas, que teve lugar no mesmo dia no ano 2000.
Em reconhecimento do desempenho dos trabalhadores humanitários, a AECID realizou, no dia 8 de Setembro, o seu primeiro Fórum Espanhol de Cooperação, como parte das comemorações do Dia do Cooperante em 2021.
O primeiro fórum da AECID discutiu a necessidade de uma Estratégia Global de Saúde e Plano de Acção de Parceria para reforçar os sistemas de saúde dos países parceiros, com vista a assegurar vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos, pois a crise de saúde global causada pela pandemia da COVID-19 pôs em evidência a interdependência global em que o mundo vive.
Na abertura do evento híbrido, transmitido a partir de Madrid, Espanha, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação, José Manuel Albares Bueno, ao apresentar o relatório anual sobre a situação dos trabalhadores humanitários espanhóis pelo mundo, teceu elogios ao trabalho desenvolvido por eles. De acordo com os dados do informe, existem atualmente, 2.708 trabalhadores humanitários espanhóis em todo o mundo, dos quais 41% estão distribuídos pela África subsahariana, região em que Moçambique faz parte.
O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) teve o seu lugar de destaque no evento. No contexto das celebrações dos 25 anos da sua existência, foi-lhe dedicada uma sessão onde se discutiu sobre o futuro da investigação e inovação.
Participando virtualmente, o Director Geral do CISM, Dr. Francisco Saúte, lembrou que o CISM surge ao abrigo de um acordo da colaboração técnico-científico entre o governo de Moçambique e o governo da Espanha, e este apoio tem sido fundamental para a existência do Centro, pois, eles sustentam a estrutura do funcionamento do Centro de Investigação, principalmente o funcionamento da plataformas de pesquisa que são as ferramentas mais importantes do CISM.
“O apoio a estas plataformas têm sido muito importante para que o nosso Centro se torne, por um lado, atractivo para os financiadores porque temos as condições ideais para quem quer fazer pesquisa. Temos uma plataforma geográfica e clínica que interligam-se. E por outro lado, tornamo-nos elegíveis para certos tipos de pesquisa que é muito mais fácil fazer no CISM em comparação a outros lugares que não tenham estas plataformas. A outra vantagem comparativa é que estamos estruturados de maneira que as pesquisas que fazemos espelhem as prioridades da saúde pública em Moçambique", disse o Dr. Francisco Saúte.
Saúte ressaltou que recentemente estas plataformas permitiram que, de forma rápida, o CISM respondesse aos desafios impostos pela pandemia da COVID-19 através de estudos concretos, no âmbito social, que ajudaram a olhar para questões ligadas à percepção do risco em relação a pandemia. Adicionalmente, o Centro tem também estudos de vigilância epidemiológica da COVID-19 que inclui a testagem de amostras de casos suspeitos da doença nos distritos de Magude e Manhiça. Ou seja, os dados que são reportados diariamente pelo Instituto Nacional de Saúde incluem informação gerada pelo CISM. Além disso, o CISM está envolvido em ensaios de vacinas específicas e inespecíficas para COVID.
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