O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), junto com o Governo Distrital da Manhiça e parceiros, realizaram em Nwamatibjana, Localidade 3 de Fevereiro, no dia 24 de Março do corrente ano, um evento de celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose, subordinado ao lema: “É tempo de agir. A tuberculose tem cura”. Este evento foi dirigido pelo Director dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Manhiça, Dr. Flezer Tomadote, contou com a presença do Dr. Sozinho Acácio, Investigador do CISM, e a participação de membros da comunidade local. Para além das diversas intervenções feitas, lembrando aos participantes acerca dos sintomas e tratamento da tuberculose, foram realizadas actividades culturais e contadas histórias de sucesso.
De lembrar que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu esta data, 24 de Março, em 1982, como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em homenagem aos 100 anos da descoberta do bacilo causador da Tuberculose, anunciada por Dr. Robert Koch, uma solução que deu maior contributo para o diagnóstico, tratamento e cura da doença.
No entanto, conforme reconheceu o representante do governo no referido evento, ainda há necessidade de redobrar os esforços com vista à eliminação da tuberculose. Conforme disse o Dr. Flezer, em representação da Administradora do Distrito de Manhiça, Cristina de Jesus Xavier Mafumo, em 2016 o governo de Moçambique declarou a tuberculose como um problema de Saúde Pública, pois o país consta dos 30 países classificados pela OMS como tendo alta carga da doença, co-infecção TB-HIV/SIDA e TB resistente aos medicamentos.
Ainda segundo a fonte do governo, o distrito da Manhiça notificou 1061 casos da doença, dos quais 502 casos (47%), correspondem a pacientes que apresentavam a infecção dupla TB/HIV. “Em 2019 foram notificados 1250 pacientes, destes 1077 (86%) terminaram o tratamento com sucesso, 102 (8%) perderam a vida e 58 (5%) abandonaram o tratamento”, esclareceu a fonte.
Por outro lado, o investigador do CISM, alertou que a tuberculose tem cura e que o tratamento varia de 6 à 8 meses para a TB sensível e de 18 à 20 meses para a TB resistente. Chamou atenção ao facto de que o Distrito da Manhiça apresenta maior número de pessoas que perderam a vida por tuberculose ao nível da província, associado por um lado à demora na ida à unidade sanitária após o início da doença, e por outro, ao abandono do tratamento. Apelou então aos presentes para que sempre que tiverem algum problema de saúde, dirijam-se imediatamente às unidades sanitárias mais próximas, de modo a ter o diagnóstico e cuidados atempadamente, e cumpram correctamente com o tratamento.
A continuação, alguns membros da comunidade presentes no evento, puderam contar algumas histórias de sucesso, sobre sintomas, diagnóstico e tratamento da doença que tiveram.
A cerimónia terminou com a realização de concursos na qual os participantes puderam demonstrar o seu conhecimento sobre os sintomas e tratamento da tuberculose.
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