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Foto do escritorWanderleia Iris Noa

CISM APRESENTA RESULTADOS DO ESTUDO METRO

Atualizado: 14 de jun.



O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) apresentou na última quarta-feira (14/09) os resultados do estudo METRO (Measuring community HIV prevalence among HIV-exposed children in rural Southern Mozambique), durante o Simpósio de HIV organizado pelo Observatório Nacional de Saúde (ONS), no qual o CISM foi representado pela Investigadora Sheila Fernández-Luis. Segundo a investigadora e uma das oradoras do evento, o estudo METRO, foi implementado no distrito da Manhiça de Outubro 2017 a Abril 2018 e visava estimar a prevalência do HIV na comunidade, em crianças menores de 4 anos de idade, expostas ao HIV.


“Foram selecionadas aleatoriamente cerca de 5.000 pares mãe-crianças, dos quais, 96.5% (4.826) eram elegíveis. Destes, verificamos que 27.7% (967) das crianças estavam expostas ao HIV e destas, um total de 88.4% (855/967) não adquiriram a infecção pelo HIV, ou seja, não houve Transmissão Vertical (de mãe para filho), e 5.3% testaram positivo ao HIV” comentou a investigadora.

Sheila Fernández-Luis, Investigadora do CISM & ISGLOBAL

Ainda de acordo com a investigadora, o estudo verificou que há uma prevalência comunitária de HIV entre as mães com um parto recente de cerca de 37,6%. Mas também, que durante o período do estudo registou-se uma taxa de transmissão vertical em crianças expostas de cerca 4.4% e que a taxa de novas infecções pediátricas é de 1.654/100.000 recém-nascidos vivos. Infelizmente, registou-se uma taxa de mortalidade de 41.6 /1.000 nascidos vivos, tendo como as principais causas de morte as complicações neonatais, doenças definitórias do SIDA e Pneumonia.


A eliminação da transmissão vertical (TV), do HIV de mãe para filho, é um objetivo fundamental para acabar com a epidemia do HIV a nível mundial até 2030 e segundo a Organização Mundial da Saúde, a eliminação da TV, implica a redução da taxa de TV para <5% e da taxa de novas infeções pediátricas por HIV para < 50/100.000 nascidos vivos. E um dos objetivos do Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV/SIDA (PEN V) é reduzir o número de novas infecções pelo HIV na população geral em 50%, de 100 mil em 2019 para 50 mil em 2025.


Porém, de acordo com a investigadora, “os resultados do estudo METRO, apontam que em áreas com elevada prevalência de HIV, como na Manhiça, o objectivo de reduzir as infecções pediátricas para menos de 50 novas infecções HIV em cada 100.000 nascidos vivos pode não ser alcançável. Daí que destacamos a importância de expandir a profilaxia de pré-exposição (PrEP) em mulheres com alto risco de infecção pelo HIV, o que pode ajudar a reduzir a incidência do HIV. Por outro lado, deve-se também assegurar que todas as mulheres grávidas frequentem os serviços de cuidados pré-natais e de pós-parto, e que repitam o teste do HIV no período da gravidez e de aleitamento para que todas as mulheres seropositivas conheçam o seu estado e que os seus filhos recebam atempadamente os cuidados preventivos necessários, o que pode ajudar a prevenir a transmissão do HIV e a diminuir a mortalidade em crianças que vivem com HIV”


O estudo METRO, foi financiado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Moçambique.

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