top of page
Foto do escritorWanderleia Iris Noa

ASSOCIAÇÃO DE CIENTISTAS ESPANHÓIS, PREMEIA INVESTIGADORA DO CISM

Atualizado: 14 de jun.


Eva Dora da Cruz João, Investigadora do CISM

A Associação de Cientistas Espanhóis no Sul de África (ACESDA), organizou a 25 de Novembro corrente, o segundo Fórum de Pesquisa África Austral – Espanha, um evento que visa contribuir para a partilha de conhecimentos entre organizações e profissionais espanhois que realizam suas pesquisas e trabalho na região Austral de África e vice versa. Neste evento, a associação, entregou o prémio ACE del Sur de Africa - Fundación Ramón Areces Early-Career Talent Alkebulan Award 2022 à investigadora do CISM, Eva Dora, pelo seu contributo na pesquisa sobre doenças diarreicas por rotavírus em Moçambique, com o foco na caracterização molecular.


De acordo com o comunicado da associação, valeram para este prémio “i) a sua capacidade de adaptação e colaboração com vários ambientes educativos e científicos transnacionais e colaboração com colegas de diferentes países, incluindo Portugal, Moçambique e Espanha, entre outros países africanos (Quénia, Mali, Gâmbia) e mundiais (Bangladesh, Índia, Paquistão); ii) a qualidade do seu CV, quer antes do doutoramento, quer como estagiário, quer como técnico de laboratório, durante o seu doutoramento; iii) a sua capacidade de liderar ou co-liderar projetos internacionais e atrair financiamento internacional; iv) por ser jovem que contibuiu para a formação de outros jovens; e, o pelo impacto social que a sua pesquisa pode ter em Moçambique, na África Austral através da melhoria potencial do bem estar de certas populações vulneráveis, de outra forma condenadas a sofrer os efeitos de doenças.”



“Ao receber este prémio, senti que o meu trabalho foi reconhecido e valorizado. O mesmo, aumentou a minha motivação para continuar a trabalhar, na área das diarreias com enfoque na caracterização de vírus, em especial o rotavírus (o principal agente patogénico que causa diarreia em crianças menores de 5 anos de idade). Estou no CISM desde 2012 como estágiaria, graças a uma bolsa-prémio no âmbito da colaboração do CISM com a Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane, e no mesmo ano, tive a responsabilidade de coordenar o estudo intitulado impacto da infecção por rotavirus em crianças HIV positivas e HIV negativas no distrito de Manhiça e na cidade de Maputo. Este estudo permitiu-me desenvolver a minha dissertação de licenciatura em 2013, bem como gerou dados científicos sobre rotavirus antes da introdução da vacina, portanto este prémio resulta de um trabalho levado a cabo desde 2012, envolvendo uma equipa multidisciplinar do laboratório do CISM”, destaca Eva Dora, investigadora da área de Doenças Bacterianas, Virais e outras Tropicais Negligenciadas no CISM.


Para além da Licenciatura em Medicina Veterinária (UEM), a Eva é doutorada em Genética Humana e Doenças Infecciosas, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Recentemente, a investigadora ganhou a bolsa OWSD Early Career Fellowship que é oferecido a mulheres que concluíram seus doutoramentos em disciplinas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e trabalham em centros de pesquisa académica ou científica, atribuído pela Organização para Mulheres na Ciência para o Mundo em Desenvolvimento (OWSD).


Tudo isso, segundo a investigadora, “me impulsiona a continuar a gerar dados que auxiliam na tomada de decisões para saúde pública, baseando-se nas evidências científicas, e o meu foco continuará a dar especial enfoque aos vários tipos de genótipos de rotavirus que infectam as crianças menores de 5 anos de idade em Moçambique, incluindo uma comparação antes e após a introdução da vacina de rotavírus em Setembro de 2015, com base em técnicas convencionais e avançadas”.


Eva Dora da Cruz João, é Natural de Niassa. É apaixonada pela biologia molecular, e um dos seus sonhos é poder no futuro instalar uma vigilância genómica de rotavírus e outros patógenos que causam diarreia, pois actualmente, o sequenciamento do genoma de rotavírus é feito fora de Moçambique. No CISM, ela é igualmente técnica do laboratório de Biologia Molecular, que é Referência Sub-regional para apoiar a vigilância de rotavirus e doenças bacterianas invasivas previníveis por vacinas nos países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).


245 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page