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Nercio Machele

ARRANCA A 6ª FASE DO ESTUDO QUE AVALIA O IMPACTO DA VACINA ANTI-PNEUMOCÓCICA


A colonização nasofaríngea é o primeiro requisito para o desenvolvimento da doença pneumocócica.

Uma bactéria denominada Streptococcus pneumoniae (Pneumococo) é a principal causa de doença e morte em crianças menores de 5 anos de idade a nível global, e especialmente em países em vias de desenvolvimento como Moçambique. Em geral, o Pneumococo provoca na sua maioria infeções respiratórias agudas desde as menos graves como faringites, laringites, sinusites e otites, e doenças mais graves como Pneumonia, derrames pleurais, sépsis ou bacteriémias e meningites agudas entre outras complicações que colocam em risco à saúde. A colonização nasofaríngea é o primeiro requisito para o desenvolvimento da doença pneumocócica.


Neste contexto, desde 2012, o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), tem realizado um conjunto de estudos que visam avaliar a presença (colonização) por Pneumococo na nasofaringe de crianças menores de 5 anos de idade no distrito da Manhiça e na cidade de Maputo (Estudo Portadores). “O primeiro estudo de base foi implementado antes da introdução da primeira vacina anti-pneumocócica em Moçambique (PCV10- vacina pneumocócica conjugada 10-valente) em 2013, combinado com outros estudos posteriores a essa introdução, orientaram ao governo de Moçambique para que, em 2017 o país mudasse a formulação da vacina PCV10 para a PCV13 que abrange três serotipos adicionais, um processo que foi finalizado em Maio de 2019”, comenta o Investigador Principal do estudo Portadores, Sérgio Massora.


A primeira vacina (PCV10) foi implementada usando um esquema de vacinação de três doses primárias 3+0 (administradas no 2º, 3º e 4º meses de idade) sem uma dose de reforço, porém, estudos após a introdução da PCV10 demostraram uma lata prevalência de colonização nasofaríngeo, controle inadequado do serotipo 1 (altamente invasivo) e ocorrência de serotipo 1 em crianças com pneumonia grave. Estes factores, levaram ao Comité de Peritos de Imunização (COPI) de Moçambique a propor a alteração do esquema de vacinação de PCV, de três doses primárias (3 +0) para duas doses de séries primárias com uma dose de reforço 2 +1 (administrada aos 2, 4 e 9 meses de idade) no programa alargado de vacinação “E, acredita-se que essa mudança pode levar melhores resultados” acrescenta Massora.

Pretende-se avaliar o impacto da mudança do esquema de vacinação

Nesta sexta fase do estudo portadores, pretende-se avaliar o impacto da mudança do esquema de vacinação na colonização por Pneumococo em crianças e adultos e, “esperamos colher resultados que possam orientar ao governo sobre a necessidade de adotar novas políticas de vacinação para o controlo da doença pneumocócia em Moçambique, e por outro lado apoiar no desenvolvimento de novas vacinas” acrescenta a médica do estudo, Leocádia Vilanculos.


O estudo vai decorrern entre os meses de Outubro de2023 a Maio de 2024, e espera-se alcançar cerca de 1100 crianças <5 de anos no distrito da Manhiça, das quais 200 serão recrutadas no Hospital Distrital da Manhiça e 900 nas comunidades do Distrito, também serão recrutados 1900 membros de agregados familiares das crianças das comunidades. O estudo, conta com o financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e da USAID Moçambique.

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